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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

   
 


       Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo:
Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.

Se a minha voz conseguisse
Dissuadir tua tristeza
E a tua boca sorrisse
Mais sóbria por natureza



 Não a posso renovar

E o brilho vai-se perdendo...

- Sou como as velas do altar
       Que dão luz e vão morrendo
       Não a posso renovar
      E o brilho vai se perdendo
      Sou como as velas do altar
      Que dão luz e vão morrendo


(A poesia é de António Botto, poeta português)


ADORO FLORES, E MARGARIDAS ENTÃO, EU ACHO LINDAS!
MAS ESTA AI, APESAR DE MURCHA E TRISTE, 
NÃO PERDE A SUA DELICADEZA, A SUA ESSÊNCIA.
SÓ ESPERO QUE COMIGO TAMBÉM SEJA ASSIM, 
PQ ESTOU ME SENTINDO EXATAMENTE 
COMO ESTA MARGARIDA, MURCHA.



quinta-feira, 25 de novembro de 2010


 
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."  Drumond
ESPERA

Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

                                                      trengo: adorável esposo da trenga

                                                      vamos fazer trenguinhos?





trengo: adorável esposo da trenga 
vamos fazer trenguinhos?


trengo: adorável esposo da trenga  
vamos fazer trenguinhos?
...se estivesse ao pé de ti, calava a tua boca com a minha 
...dava-te um beijo tão longo que até reviravas os olhos, punhas-te em pontas dos pés, e desfalecias nos meus braços
...e calavas-te 
...e ressurgias do nada, como fazes algumas noites no céu da minha cama 

                                                                .

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"¿Por qué lo que está suficientemente bien está suficientemente bien, si es el inconformismo lo que siempre ha movido el Mundo?" José Luis Montes





sexta-feira, 19 de novembro de 2010


Precisa-se de um amigo


"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos,que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples,de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."

Vinícius de Moraes
Frase solta

E
mais que
      perdoo, 
  eu


amo.
Como água para chocolate


Como vê, todos nós temos em nosso interior os elementos necessários para produzir fósforo. E além disso deixe-me dizer-lhe algo que nunca confiei a ninguém.

Minha avó tinha uma teoria muito interessante: dizia que ainda que nasçamos com uma caixa de fósforos em nosso interior, não podemos acendê-los sozinhos porque necessitamos, como no experimento, de oxigênio e da ajuda de uma vela. Só que neste caso o oxigênio tem provir, por exemplo, do alento da pessoa amada.

A vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que faça disparar um detonador e assim acender um dos fósforos. Por um momento nos sentimos deslumbrados por uma intensa emoção. Se produzirá em nosso interior um agradável calor que irá desaparacendo pouco a pouco conforme passe o tempo, até que venha uma nova explosão a reavivá-lo.

Cada pessoa tem de descobrir quais são seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se produz ao acender-se um deles é o que nutre de energia a alma. Em outras palavras, esta combustão é seu alimento.

Se uma pessoa não descobre a tempo quais são seus próprios detonadores, a caixa de fósforos se umedece e já não podemos acender um só fósforo. Se isso chegar a acontecer, a alma foge de nosso corpo, caminha errante pelas trevas mais profundas tentando em vão encontrar alimento por si mesma, ignorando que só o corpo que deixou inerme, cheio de frio, é o único que podia lhe dar isso.

Se alguém sabia disso era ela. Infelizmente tinha de reconhecer que seus fósforos estavam cheios de mofo e umidade. Ninguém podia voltar a acender um só."



Laura Esquivel. Como água para chocolate. 1993. pág. 94-95

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


ENCONTRO COM PESSOA




Vem sentar-te comigo,Lídia, à beira do rio
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa e não estamos de mãos enlaçadas
          ( Enlacemos as mãos )"

Não pude resistir ao amável convite e sentei-me ao seu lado, olhando-o como se nos conhecêssemos de há décadas (o que nada tem de inverdade) e como soubesse que aquela ocasião era única , absoluta e irresponsavelmente única, esforcei-me por não pensar na pessoa que estava ali a não ser como um velho conhecido:
- Enlacemos as mãos, senhor, que o mundo é tão grande e tão grandes são seus descaminhos que não é raro perderem-se os que se amam e os que não. De mãos dadas, ao menos, sabemos que há mais alguém vivo nesta terra.
  "- O que há em mim é sobretudo cansaço/ Não disto nem daquilo,Nem sequer de tudo ou de nada:Cansaço assim mesmo, ele mesmo/ Cansaço." 
                                                        
O cansaço que há em mim é um cansaço de mim . Eu  peso em mim e de tal forma e com tal volume que minhas pernas parecem que se vergam.
 - Não, não é cansaço,
É uma quantidade de
desilusão.
( . . .  )
Não, cansaço não é ...
É (eu) estar existindo 
E também o mundo
Com tudo aquilo que
contém.
 ( . . .  )
 Não.  Cansaço por quê?
 É uma sensação abstrata
 Da vida concreta —
 Qualquer coisa como um grito 
 Por dar.
                                                    
- Devo eu gritar, então, para que minh'alma se liberte de mim e rode o infinito como antes de eu nascer , quando era leve e fugaz ? 
Do que quero renego, se o querê-lo me pesa na vontade
Nada que haja vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa. 
Meu balde exponho à chuva, por ter água. 
Minha vontade, assim, ao mundo exponho, 
Recebo o que me é dado, 
E o que falta não quero."

 " E o que falta não quero", diz-me assim, como a quem tudo basta. Ou o nada é que basta. Mas tenho em mim uma ânsia vã de buscar estrelas do céu ou dos mares como quem procura fora o que não encontra em si. Penso . . . 
                         ( Interrompe-me com a firme complacência e um tanto blasé dos que podem sê-lo )
 - Há metafísica bastante em não pensar em nada.
   Que idéia tenho eu das cousas?
   Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
   Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
   E sobre a Criação do Mundo? 
   Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
   E não pensar. (...) 
   
   Fiquei calada. Calada e olhando para ele fumando o seu cigarro. Acendi o meu em comunhão. Por que não?  
   Naquele momento, além de palavras, tínhamos algo mais em comum: o cigarro, suas espirais e um mesmo vício. Ele não sorria muito e a sua voz era baixa, grave e calma. 
   Imaginei-o declamando Poema em linha reta com aquela voz e quase comecei a rir ; então me lembrei, em tempo, que poemas como aquele não saíam de gargantas, mas de qualquer outro lugar , mais profundo e menos reconhecível.
   Seus olhos miúdos passaram por mim muito rápidos, e então, sem pensar, usei suas palavras :

    - "Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer nada.À parte isso,tenho em mim todos os sonhos do mundo.(  . . .  )Fiz de mim o que não soube. E o que podia fazer de mim não o fiz.O dominó que vesti era errado.Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.Quando quis tirar a máscara, estava apegada à cara."

 Não usaste máscara, nunca foste nada além de ti mesma. Vejo tua alma tão claramente quanto a fumaça que expiras, como os sonhos e as verdades que te compuseram assim. O dominó não poderia ser errado porque não havia dominó. Se te conheceram logo por quem não eras;  logo, não havia por que te desmentires.E se te sentes perdida, bem-vinda sejas ao solitário mundo das palavras, onde adentraste, creio eu,com a inconseqüência das crianças e o instinto próprio dos insanos.


(Este foi só o primeiro)

terça-feira, 2 de novembro de 2010




Quelqu'un M'a Dit

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux

Refrain:
Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

On dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parait qu'le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou

Au refrain

Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
"il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit"

Tu vois quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit...
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux,

Au refrain

Alguém Me Disse

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz seus investimentos

(Refrão)
No entanto alguém me disse...
Que você ainda me amava,
Foi alguém que me disse que você ainda me amava.
Seria possível então?

Disseram-me que o destino debocha de nós
Que não nos dá nada e nos promete tudo
Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos,
Então a gente estende a mão e se descobre louco

(Refrão)

Mas quem me disse que você ainda me amava?
Eu não recordo mais, já era tarde da noite,
Eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços
'ele ama você, isso é segredo, não diga a ele que eu disse a você'

Sabe, alguém me disse...
Que você ainda me amava, disseram-me isso de verdade...
Que você ainda me amava, Seria isto possível então?

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que se vai é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz a seus investimentos

(Refrão)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010


                                          Deus, não permita que eu morra sem que antes aí esteja.