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segunda-feira, 30 de abril de 2012
A Paixão (segundo Nicolau Da Viola)
Rui Veloso
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso
Tu eras aquela que eu mais queria
para me dar algum conforto e companhia
era só contigo que eu sonhava andar
para todo o lado e até quem sabe ? Talvez casar
Aí o que eu passei só por te amar
a saliva que eu gastei para te mudar
mas esse teu mundo era mais forte do que eu
e nem com a força da música ele se moveu
(Refrão)
Mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel de rubi
para te levar ao concerto
que havia no rivoli
Era só a ti que eu mais queria
ao meu lado no concerto nesse dia
juntos no escuro de mão dada a ouvir
aquela música maluca sempre a subir
Mas tu não ficaste nem meia-hora
não fizeste um esforço para gostar e foste embora
contigo aprendi uma grande lição
não se ama alguém que não ouve a mesma canção
(Refrão)
Foi nesse dia que percebi
nada mais por nós havia a fazer
a minha paixão por ti era um lume
que não tinha mais lenha por onde arder
domingo, 29 de abril de 2012
André Sardet - ♫♫Roubo-te um Beijo♫♫ Created by: JumaHoliday
Eu hei de de ir à tua casa
Para me dizeres como é
E beber do teu amor
numa chávena de café
Vou rodar a tua saia
Ao dançarmos na varanda
Vou mostrar à visinhança
Que não morre a minha esperança
Roubo-te um beijo
Depois de roubado é meu
Faço uma cena como vi lá no cinema
Nesse dia se tiver um beijo teu
Eu hei de ir à tua casa
E dizer tudo o que sinto
Vou dizer toda verdade
Desta vez juro não minto
Segredar no teu ouvido
O que tenho pra te dar
Envolver-te num abraço
Ver o dia madrugar
Roubo-te um beijo
Depois de roubado é meu
Faço uma cena como vi lá no cinema
Nesse dia se tiver um beijo teu
Todo o beijo que é roubado
Tem 1000 anos de perdão
Mas só se for guardado junto ao coração
Roubo-te um beijo
Depois de roubado é meu
Faço uma cena como vi lá no cinema
Nesse dia se tiver um beijo teu
(2X)
sábado, 28 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
JOSÉ JORGE LETRIA, in PRODUTO INTERNO LÍRICO (Oficina do Livro, 2010)
APENAS AS LEMBRANÇAS
Podes levar tudo menos as lembranças,peço-te, eu não sou um poeta do amor,
eu que sempre fui pudico ao nomear os sentimentos.
Há coisas que nunca podem chegar a ser ditas,
ainda que sejam sentidas até ao desespero das lágrimas.
Essas pertencem ao coração e não à escrita,
e não há álcool nem lume que as apague,
que as consuma, que as devore. São as coisas abissais
e absolutas que não se resolvem como teoremas
ou equações de entreter a quadrícula das páginas.
Se quiseres, eu apago a luz para não me veres chorar,
eu que já há muito esqueci como se chora,
eu que sequei todas as lágrimas nos gélidos mistérios
da aflição das noites, nos simulacros.
Poupa as esperanças, como se poupasses
os corais ou as anémonas na última viagem
até ao casulo da profundeza do mar.
Poupa-me, poupando o resto de mim
no pouco que sobra de nós. Não insistas.
As cegonhas vão e voltam, os corvos salpicam
de tinta nocturna o ilusório sossego das tardes.
Nenhuma porta se fechará à tua passagem,
porque eu já não sei amar, porque eu desisti
de me deixar amar. Que fiquem apenas as lembranças,
oferendas prometidas à felicidade que se esquiva.
APENAS AS LEMBRANÇAS
Podes levar tudo menos as lembranças,peço-te, eu não sou um poeta do amor,
eu que sempre fui pudico ao nomear os sentimentos.
Há coisas que nunca podem chegar a ser ditas,
ainda que sejam sentidas até ao desespero das lágrimas.
Essas pertencem ao coração e não à escrita,
e não há álcool nem lume que as apague,
que as consuma, que as devore. São as coisas abissais
e absolutas que não se resolvem como teoremas
ou equações de entreter a quadrícula das páginas.
Se quiseres, eu apago a luz para não me veres chorar,
eu que já há muito esqueci como se chora,
eu que sequei todas as lágrimas nos gélidos mistérios
da aflição das noites, nos simulacros.
Poupa as esperanças, como se poupasses
os corais ou as anémonas na última viagem
até ao casulo da profundeza do mar.
Poupa-me, poupando o resto de mim
no pouco que sobra de nós. Não insistas.
As cegonhas vão e voltam, os corvos salpicam
de tinta nocturna o ilusório sossego das tardes.
Nenhuma porta se fechará à tua passagem,
porque eu já não sei amar, porque eu desisti
de me deixar amar. Que fiquem apenas as lembranças,
oferendas prometidas à felicidade que se esquiva.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Zeca Afonso - Grândola, Vila Morena
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
terça-feira, 24 de abril de 2012
domingo, 22 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
O PIRILAMPO E O SAPO
poema de Marquesa de Alorna
Lustroso um astro volante
Rompera as humildes relvas:
Com seu vôo rutilante
Alegrava à noite as selvas.
Com seu vôo rutilante
Alegrava à noite as selvas.
Mas de vizinho terreno
Saiu de uma cova um sapo,
E despediu-lhe um sopapo
Que o ensopou em veneno.
Saiu de uma cova um sapo,
E despediu-lhe um sopapo
Que o ensopou em veneno.
Ao morrer exclama o triste:
- Que tens tu de que me acuses?
Que crime em meu seio existe?
Respondeu-lhe: – Porque luzes?
- Que tens tu de que me acuses?
Que crime em meu seio existe?
Respondeu-lhe: – Porque luzes?
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Almôndegas
Ingredientes:
- 500 g de carne moída
- 2 colheres de sopa de azeite de oliva
- 1 xícara de cebola icada
- 1 ovo
- 150 g de farinha de rosca
- 395 g de molho de tomate
- Sal e Pimenta do Reino a gosto
Como Fazer:
- Primeiro misture a carne moída com o ovo, pimenta, sal, cebola e um poco de azeite de oliva
- Misture bastante até formar uma pasta relativamente uniforme
- Vá adicionando a farinha e mexendo, até formar uma massa consistente o suficiente para ser enrolada
- Com a palma da mão, faça pequenas bolas
- Coloque um pouco de azeite em uma panela e frite-as em fogo alto
- Com outra panela, prepare o molho de tomate
- Adicione as almôndegas a este molho e deixe cozinhar por aproximadamente 15 minutos
Suas almôndegas estão prontas para serem servidas. Como acompanhamento, utilize arroz ou macarrão ao molho de tomate.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
A Brasa do teu corpo
[A BRASA DO TEU CORPO]
A brasa do teu corpo
a queimar a palma
acesa
da mão do meu desejo
MARIA TERESA HORTA, in AS PALAVRAS DO CORPO (Publ. D. Quixote, 2012)
Gosto desta autora: é simples, direta e autêntica. Fiel aos seus sentires.
domingo, 15 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Maria Teresa Horta - "Modo de Amar"
Maria Teresa Horta (Lisboa, 20 de Maio de 1937) é uma escritora e poetisa portuguesa.
Oriunda, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, conta entre os seus antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna
Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Oriunda, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, conta entre os seus antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna
Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Modo de amar – I
Lambe-me os seios
desmancha-me a loucura
desmancha-me a loucura
usa-me as coxas
devasta-me o umbigo
devasta-me o umbigo
abre-me as pernas põe-nas
nos teus ombros
nos teus ombros
e lentamente faz o que te digo:
Modo de amar – II
Por-me-ás de borco,
assim inclinada …
a nuca a descoberto,
o corpo em movimento …
a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo …
Por-me-ás de borco; Digo:
ajoelhada …
as pernas longas
firmadas no lençol ..
e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos
como quem consome …
(Por-me-ás de borco,
assim inclinada …
os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)
assim inclinada …
a nuca a descoberto,
o corpo em movimento …
a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo …
Por-me-ás de borco; Digo:
ajoelhada …
as pernas longas
firmadas no lençol ..
e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos
como quem consome …
(Por-me-ás de borco,
assim inclinada …
os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)
Modo de amar III
É bom nadar assim
em cima do teu corpo
enquanto tu mergulhas
já dentro do meu
em cima do teu corpo
enquanto tu mergulhas
já dentro do meu
Ambos piscinas que a nado
atravessamos
de costas tu meu amor de bruços eu
atravessamos
de costas tu meu amor de bruços eu
Modo de amar – IV
Encostada de costas
ao teu peito
em leque as pernas
abertas
o ventre inclinado
ao teu peito
em leque as pernas
abertas
o ventre inclinado
ambos de pé
formando lentos gestos
formando lentos gestos
as sombras brandas
tombadas
no soalho
tombadas
no soalho
Modo de amar – V
Docemente amor
ainda docemente
ainda docemente
o tacto é pouco
e curvo sob os lábios
e curvo sob os lábios
e se um anel no corpo é saliente
digamos que é da pedra em que se rasga
digamos que é da pedra em que se rasga
Opala enorme e morna
tão fremente
tão fremente
dália suposta
sob o calor da carne
sob o calor da carne
lábios cedidos
de pétalas dormentes
de pétalas dormentes
Louca ametista
com odores de tarde
com odores de tarde
Avidamente amor
com desespero e calma
as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala
com desespero e calma
as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala
Ferozmente amor com torpidez e raiva
as ancas descendo como cabras tão estreitas e duras
que desarmam
a tepidez das minhas que se abrem
que desarmam
a tepidez das minhas que se abrem
E logo os ombros descaem
e os cabelos
e os cabelos
desfalecem as coxas que retomam das tuas
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam
Suavemente agora velozmente
os rins suspensos os pulsos
e as espáduas
e as espáduas
o ventre erecto enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas
planta viva entre as minhas nádegas
Modo de amar – VI
Inclina os ombros e deixa
que as minhas mãos avancem na branda madeira
Na densa madeixa do teu ventre
que as minhas mãos avancem na branda madeira
Na densa madeixa do teu ventre
Deixa
que te entreabra as pernas docemente
que te entreabra as pernas docemente
Modo de amar – VII
Secreto o nó na curva do meu espasmo
E o cume mais claro dos joelhos
que desdobrados jorram dos espelhos
que desdobrados jorram dos espelhos
ou dos teus ombros os meus: flancos
na luz de maio
na luz de maio
Modo de amar – VIII
Que macias as pernas na penumbra
e as ancas subidas
nos dedos que as desviam
nos dedos que as desviam
Entreabro devagar a fenda – o fundo a febre
dos meus lábios
dos meus lábios
e a tua língua Vagarosa:
toma – morde lambe
essa humidade esguia
toma – morde lambe
essa humidade esguia
Modo de amar – IX
Enlaçam as pernas as pernas
e as ancas
e as ancas
o ar estagnado que se estende no quarto
As pernas que se deitam ao comprido
sob as pernas
sob as pernas
E sobre as pernas vencem o gemido
Flor nascida no vagar do quarto
Flor nascida no vagar do quarto
Modo de amar – X
A praia da memória
a sulcos feita
a partir da cintura:
a sulcos feita
a partir da cintura:
a boca
os ombros
os ombros
na tua mansa língua que caminha
a abrir-me devagar
a pouco e pouco
Globo onde a sede
se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha
a anca pousada
que inclinas
as pernas retesadas que levantas
a abrir-me devagar
a pouco e pouco
Globo onde a sede
se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha
a anca pousada
que inclinas
as pernas retesadas que levantas
E logo
são os dentes que limitam
são os dentes que limitam
mas logo
estão os lábios que adormentam
no quente retomar de uma saliva
que me penetra em vácuo
até ao ventre
estão os lábios que adormentam
no quente retomar de uma saliva
que me penetra em vácuo
até ao ventre
o vínculo do vento
a vastidão do tempo
a vastidão do tempo
o vício dos dedos
no cabelo
no cabelo
E o rigor dos corpos
que já esquece
na mais lenta maneira de vencê-los
que já esquece
na mais lenta maneira de vencê-los
Modo de amar – XI (Teu Baixo Ventre)
Nunca adormece a boca
no teu peito
no teu peito
a minha boca no teu baixo
ventre
a beber devagar o que
é desfeito
ventre
a beber devagar o que
é desfeito
Modo de amar – XII (Os Testículos)
Tenho nas mãos
teus testículos
e a boca já tão perto
teus testículos
e a boca já tão perto
que deles te sinto
o vício
num gosto de vinho aberto
o vício
num gosto de vinho aberto
Modo de amar – XIII
(As Pedras – As Pernas)
(As Pedras – As Pernas)
São as pedras
meus seios
São as pernas
pele e brandura no interior dos
lábios
meus seios
São as pernas
pele e brandura no interior dos
lábios
rosa de leite
que sobe devagar
na doce pedra
do muco dos meus lábios
que sobe devagar
na doce pedra
do muco dos meus lábios
São as pedras
meus seios
São as pernas
meus seios
São as pernas
Pêssegos nus
no corpo
descascados
no corpo
descascados
Saliva acesa
que a língua vai cedendo
que a língua vai cedendo
o gozo em cima … a pedra dos meus
lábios
lábios
Jogo do corpo
a roçar o tempo
que já passado só se de memória,
a mão dolente
como quem masturba entre os joelhos …
uma longa história …
a roçar o tempo
que já passado só se de memória,
a mão dolente
como quem masturba entre os joelhos …
uma longa história …
Estrada ocupada
onde se vislumbra
(joelhos desviados na almofada)
onde se vislumbra
(joelhos desviados na almofada)
assim aberta o fim de que desfruta
fruto do odor
fundo todo
do corpo já fechado.
fruto do odor
fundo todo
do corpo já fechado.
Modo de amar – XIV (As Rosas nos Joelhos)
São grinaldas de rosas
à roda
dos joelhos
à roda
dos joelhos
O ambar dos teus dentes
nos sentidos
nos sentidos
O templo da boca
no côncavo do espelho
onde o meu corpo espia
os teus gemidos
É o gomo depois …
e em seguida a polpa …
no côncavo do espelho
onde o meu corpo espia
os teus gemidos
É o gomo depois …
e em seguida a polpa …
o penetrar do dedo …
punho do punhal
punho do punhal
que na carne enterras
docemente
como quem adormenta
o que é fatal
docemente
como quem adormenta
o que é fatal
É a urze debaixo
e o lodo que acalenta
o peixe
que desliza no umbigo
e o lodo que acalenta
o peixe
que desliza no umbigo
piscina funda
na boca mais sedenta
bordada a cuspo
na pele do umbigo
na boca mais sedenta
bordada a cuspo
na pele do umbigo
E se desdigo a febre
dos teus olhos
logo me entrego à febre
do teu ventre
dos teus olhos
logo me entrego à febre
do teu ventre
que vai vencendo
as rosas — os escolhos
à roda dos joelhos,
docemente.
as rosas — os escolhos
à roda dos joelhos,
docemente.
Modo de amar XV (A Boca — A Rosa)
Entreabre-se a boca
na saliva da rosa
na saliva da rosa
no raso da fenda
na finura das pernas
na finura das pernas
Entreabre-se a rosa
na boca que descerra
no topo do corpo
a rosa entreaberta
na boca que descerra
no topo do corpo
a rosa entreaberta
E prolonga-se a haste
a língua na fissura
na boca da rosa
na caverna das pernas
a língua na fissura
na boca da rosa
na caverna das pernas
que aí se entre-curva
se afunda
se perde
se afunda
se perde
se entreabre a rosa
entre a boca
das pétalas
entre a boca
das pétalas
quinta-feira, 12 de abril de 2012
De Rui de Carvalho
Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Raul de Carvalho - De Alvito - Portugal
Tenho saudades de Alvito
terça-feira, 10 de abril de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
sábado, 7 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
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