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sexta-feira, 31 de maio de 2013

O número 3 e os Celtas


   trevo

Os Celtas acreditavam que o número 3 e que todos seus múltiplos eram sagrados.
Mas o que terá o número 3 de sagrado? Qual seu significado?
O número 3 tem a vibração do Planeta Júpiter, planeta da expansão,representa o idealismo, o movimento,educação superior e fé.
É o número das Tríades Sagradas e representa o corpo, mente e espírito.
1-2-3 foram os primeiros números que o homem compreendeu,a formação de um triângulo pai-mãe- filho.
Para a cultura celta, há duas configurações primárias que simbolizam o sagrado três: São o trefoil, moldado como o trevo irlandês, e o triângulo invertido, freqüentemente referido como o Triângulo da Manifestação.
O interessante é que eles consideravam os múltiplos de 3 com a mesma importância que o 3, o mais importante múltiplo de três era o nove – a manifestação natural do três vezes o três.
Quando a ciência da matemática começou a se tornar mais popular no século XVII, os celtas acharam que eles estavam certos na sua escolha do nove como manifestação de um número mágico.
Nove não era apenas a o múltiplo natural de três, mas era também o número que podia voltar magicamente a si mesmo, e assim ele passou a ser um símbolo do poder criativo e energia.
O nove também foi associado em muitas culturas aos mistérios da lua e, como a lua, o nove volta a si mesmo, não importa como ele é manipulado.
Teste você mesmo. Multiplique qualquer número por nove, some os números da soma resultante e você terá o nove. Isso nunca falha. Por exemplo, multiplique 9 por 5.
O resultado é 45. Separe o 4 do 5, some-os, e você terá o 9.
Em cada exercício, feitiço e ritual dos capítulos seguintes, você verá o número três, ou um de seus múltiplos, se destacando.
Em muitos rituais celtas que você escrever por si mesmo, você deverá sempre adicionar algo em três ou múltiplos de três, quando possível.
O triskle (triskele, triskelion ou tryfot),achados arqueológicos em terras celtas, da Irlanda à Europa Oriental, atesta sua ampla adoção pelos Antigos.
Sua forma tem a ver com o fluxo das estações e, por consequência, representa a própria Deusa Tríplice (Donzela, Mãe e Anciã), bem como as 3 fases da lua (crescente, cheia e minguante) e Os 3 Reinos Celtas.
Os 3 reinos celtas, que eram vistos da seguinte forma:
- O Céu que está sobre nossa cabeça, ele nos oferece o Sol, a Lua, as estrelas e as chuvas que fertilizam o solo.
- A Terra que está sob nossos pés, ela nos dá o alimento, nos abriga e faz tudo crescer, são as raízes fortes das árvores.
- O Mar é a água que está em nós, representa o Portal para o Outro Mundo, ela sacia a sede e nos dá a vida, sem a água tudo perece e morre.
Essa cosmologia é bem diferente dos quatros elementos da visão grega, pois os celtas viam tudo na forma de tríades.
E cada reino era visto como um grande caldeirão sustentado por 3 pernas, que por sua vez, também possuíam mais 3 atributos.
Os 3 mundos são compostos da seguinte maneira:
- O Outro Mundo: onde os espíritos, Deusas e Deuses vivem.
- O Mundo Mortal: onde nós e a natureza vivemos.
- O Mundo Celestial: onde as energias cósmicas como o Sol, a Lua e o vento se movem.
"Para os celtas, a vida significava movimento e dinamismo e por isso não havia alternativa possível: descartada a opção de ficar quieto, sob pena de ser destruído pela incessante ondulação da existência, a única coisa que restava a fazer, era seguir andando com ela."
Em seus símbolos o movimento é nítido, basta observar.

Recheio de sonho!!
creme pasteleiro

Ingredientes:

1 litro de leite
½ xícara de açúcar
3 gemas de ovo
½ xícara de amido de milho
2 colheradas de essência de baunilha
2 galhos de canela
1 cáscara de limão

Modo de preparo:

Coloque em uma panela o leite, o açúcar, as gemas batidas, o amido de milho (dissolto em um pouco de leite morno), a cáscara de limão, a canela e a baunilha. Mexa constantemente para evitar que se formem grumos. Mexa até que a mistura fique espessa. Depois cozinhe durante 3 ou 5 minutos e retire a cáscara de limão. Deixe esfriar. Como você verá esta receita é muito simples e muito útil em várias receitas de sobremesa.

quinta-feira, 30 de maio de 2013


Fernando Pessoa – Carta da Corcunda para o Serralheiro 

A carta da Corcunda para o Serralheiro
Senhor António:
O senhor nunca ha de ver esta carta. Nem eu a hei de ver segunda vez porque estou tuberculosa, mas eu quero escrever-lhe ainda que o senhor o nao saiba, porque se não escrevo abafo.
O senhor não sabe quem eu sou, isto é, sabe mas não sabe a valer. Tem-me visto á janella quando o senhor passa para a officina e eu olho para si, porque o espero a chegar, e sei a hora que o senhor chega. Deve sempre ter pensado sem importância na corcunda do primeiro andar da casa amarella, mas eu não penso senão em si. Sei que o senhor tem uma amante, que é aquella rapariga loura alta e bonita; eu tenho inveja d’ella mas não tenho ciúmes de si porque não tenho direito a ter nada, nem mesmo ciúmes. Eu gosto de si porque gosto de si, e tenho pena de não ser outra mulher, com outro corpo e outro feitio, e poder ir á rua e fallar comsigo ainda que o senhor me não desse razão de nada, mas eu estimava conhecel-o de fallar.
O senhor é tudo quanto me tem valido na minha doença e eu estou-lhe agradecida sem que o senhor o saiba. Eu nunca poderia ter ninguem que gostasse de mim como se gosta das pessoas que teem o corpo de que se pode gostar, mas eu tenho o direito de gostar sem que gostem de mim, e tambem tenho o direito de chorar, que não se negue a ninguem.
Eu gostava de morrer depois de lhe fallar a primeira vez mas nunca terei coragem nem maneiras de lhe fallar. Gostava que o senhor soubesse que eu gostava muito de si, mas tenho medo que se o senhor soubesse não se importasse nada, e eu tenho pena já de saber que isso é absolutamente certo antes de saber qualquer coisa, que eu mesmo não vou procurar saber.
Eu sou corcunda desde a nascença e sempre riram de mim. Dizem que todas as corcundas são más, mas eu nunca quiz mal a ninguem. Alem d’isso sou doente, e nunca tive alma, por causa da doença, para ter grandes raivas. Tenho dezanove annos e nunca sei para que é que cheguei a ter tanta edade, e doente, e sem ninguem que tivesse pena de mim a não ser por eu ser corcunda, que é o menos, porque é a alma que me doe, e não o corpo, pois a corcunda não faz dor.
Eu até gostava de saber como é a sua vida com a sua amiga, porque como é uma vida que eu nunca posso ter – e agora menos que nem vida tenho – gostava de saber tudo.
Desculpe escrever-lhe tanto sem o conhecer, mas o senhor não vae ler isto, e mesmo que lesse nem sabia que era comsigo e nao ligava importancia em qualquer caso, mas gostaria que pensasse que é triste ser marreca e viver sempre só á janella, e ter mãe e irmãs que gostam da gente mas sem ninguem que goste de nós, porque tudo isso é natural e é a familia, e o que faltava é que nem isso houvesse para uma boneca com os ossos ás avessas como eu sou, como eu já ouvi dizer.
Houve um dia que o senhor vinha para a officina e um gato se pegou á pancada com um cão aqui defronte da janella, e todos estivemos a ver, e o senhor parou, ao pé do Manuel das Barbas, na esquina do barbeiro, e depois olhou para mim para a janella, e viu-me a rir e riu também para mim, e essa foi a unica vez que o senhor esteve a sós commigo, por assim dizer, que isso nunca poderia eu esperar.
Tantas vezes, o senhor não imagina, andei á espera que houvesse outra coisa qualquer na rua quando o senhor passasse e eu pudesse outra vez ver o senhor a ver e talvez olhasse para mim e eu pudesse olhar para si e ver os seus olhos a direito para os meus.
Mas eu não consigo nada do que quero, nasci já assim, e até tenho que estar em cima de um estrado para poder estar á altura da janella.. passo todo o dia a ver illustrações e revistas de modas que emprestam á minha mãe, e estou sempre a pensar noutra coisa, tanto que quando me perguntam como era aquella saia ou quem é que estava no retrato onde está a Rainha de Inglaterra, eu ás vezes me envergonha de não saber, porque estive a ver coisas que não podem ser e que eu não posso deixar que me entrem na cabeça e me dêem alegria para eu depois ainda por cima ter vontade de chorar.
Depois todos me desculpam, e acham que sou tonta, mas não me julgam parva, porque ninguem julga isso, e eu chego a não ter pena da desculpa, porque assim não tenho que explicar porque é que estive distrahida.
Ainda me lembro d’aquelle dia que o senhor passou aqui ao Domingo com o fato azul claro. Não era azul claro, mas era uma sarja muito clara para o azul escuro que costuma ser. O senhor ia que parecia o proprio dia que estava lindo e eu nunca tive tanta inveja de toda a gente como nesse dia. Mas não tive inveja da sua amiga, a não ser que o senhor não fosse ter com ella mas com outra qualquer, porque eu não pensei senão em si, e foi porisso que invejei toda a gente, o que não percebo mas o certo é que é verdade.
Não é por ser corcunda que estou aqui sempre á janella, mas é que ainda por cima tenho uma espécie de rheumatismo nas pernas e não me posso mexer, e assim estou como se fosse paralytica, o que é uma maçada para todos cá em casa e eu sinto ter que ser toda a gente a aturar-me e a ter que me acceitar que o senhor não imagina. Eu ás vezes dá-me um desespero como se me pudesse atirar da janella abaixo, mas eu que figura teria a cahir da janella? Até  quem me visse cahir ria e a janella é tam baixa que eu nem morreria, mas era ainda mais maçada para os outros, e estou a ver-me na rua como uma macaca, com as pernas á vela e a corcunda a sahir pela blusa e toda a gente a querer ter pena mas a ter nojo ao mesmo tempo ou a rir se calhasse, porque a gente é como é não como tinha vontade de ser.
(…)
- e emfim porque lhe estou eu a escrever se lhe não vou mandar esta carta? [texto não lido]
O senhor que anda de um lado para o outro não sabr qual é o peso de a gente não ser ninguem. Eu estou á janella todo o dia e vejo toda a gente passar de um lado para o outro e ter um modo de vida e gosar e fallar a esta e áquella, e parece que sou um vaso com uma planta murcha que ficou aqui á janella por tirar de lá.
O senhor não pode imaginar, porque é bonito e tem saude o que é a gente ter nascido e não ser gente, e ver nos jornaes o que as pessoas fazem, e uns são ministros e andam de um lado para o outro a visitar todas as terras, e outros estão na vida da sociedade e casam e teem baptizados e estão doentes e fazem-lhe operações os mesmos medicos, e outros partem para as suas casas aqui e alli, e outros roubam e outros queixam-se, e uns fazem grandes crimes e ha artigos assignados por outros e retratos e annuncios com os nomes dos homens que vão comprar as modas ao estrangeiro, e tudo isso o senhor não imagina o que é para quem é um trapo como eu que ficou no parapeito da janella de limpar o signal redondo dos vasos quando a pintura é fresca por causa da agua.
Se o senhor soubesse isto tudo era capaz de de vez em quando me dizer adeus na rua, e eu gostava de se lhe poder pedir isso, porque o senhor não imagina, eu talvez não vivesse mais, que pouco é o que tenho de viver, mas eu ia mais feliz lá para onde se vae se soubesse que o senhor me dava os bons dias por acaso.
A Margarida costureira diz que lhe fallou uma vez, que lhe fallou torto porque o senhor se metteu com ella na rua aqui ao lado, e essa vez é que eu senti inveja a valer, eu confesso porque não lhe quero mentir, senti inveja porque metter-se alguem comnosco é a gente ser mulher, e eu não sou mulher nem homem, porque ninguem acha que eu sou nada a não ser uma especie de gente que está para aqui a encher o vão da janella e a aborrecer tudo que me vê, valha me Deus.
O Antonio (é o mesmo nome que o seu, mas que differença!) o Antonio da officina de automoveis disse uma vez a meu pae que toda a gente deve produzir qualquer coisa, que sem isso não ha direito a viver, que quem não trabalha não come e não ha direito a haver quem não trabalhe. E eu pensei que faço eu no mundo, que não faço nada senão estar á janella com toda a gente a mexer-se de um lado para o outro, sem ser paralytica, e tendo maneira de encontrar as pessoas de quem gosta, e depois poderia produzir á vontade o que fosse preciso porque tinha gosto para isso.
Adeus senhor Antonio, eu não tenho senão dias de vida e escrevo esta carta só para a guardar no peito como se fosse uma carta que o senhor me escrevesse em vez de eu a escrever a si. Eu desejo que o senhor tenha todas as felicidades que possa desejar e que nunca saiba de mim para não rir porque eu sei que não posso esperar mais.
Eu amo o senhor com toda a minha alma e toda a minha vida.
Ahi tem e estou a chorar.

Maria José


Este impressionante texto que Pessoa, ao contrário do que habitualmente lhe acontecia, completou e dactilografou é, se bem que inesperado, o auto-retrato mais acabado – e terrivel! – dessa “grande alma” que se sentia “ninguém”., são palavras da editora do texto, Teresa Rita Lopes, que um pouco antes escrevia:
A comiseração de Pessoa por si próprio vai atingir o seu mais alto grau e a sua expressão mais despersonalizada no monólogo duma Maria José, que incarna de forma extrema, metaforicamente, o ser aleijado, aborto do destino, que se vê ser na Carta da Corcunda para o Serralheiro.
Maria José é a voz feminina que, como tal, mais longamente se faz ouvir no universo pessoano. É a metáfora de uma alma “à janela”, como a do monólogo em situação incluído no Livro do Desassossego mas que é muito mais que a página de um diário:
Se a nossa vida fosse um eterno estar à janela, se assim ficassemos, como um fumo parado, sempre, tendo sempre o mesmo momento de crepusculo dolorindo a curva dos montes. Se assim ficassemos para além de sempre! (LD, 1,p.312, Atica 1982)
E acrescenta, mais longe, evocando como se o esquecesse um tu ausente:
Dói-me a alma… Um traço lento de fumo ergue-se e dispersa-se lá longe… um tédio inquieto faz-me não pensar mais em ti…
A voz feminina da Carta da Corcunda para o Serralheiroassim mesmo intitulada, atinge o ponto máximo nessa escala da despersonalização que Pessoa percorria em todos os sentidos, estacionando em todos os degraus. Incarna esse “ninguém” que, na sua própria pessoa, Pessoa sofria sentir-se ser e que mima em Marcos Alves, Vicente Guedes (o da vida nulla), Bernado Soares (que todos os dias se proclama “ninguém”), Frederick Wyatt (o “coitadinho”), Barão de Teive (cuja vida é uma “batalha perdida no mapa”) e em todos esses outros que são estilhaços do espelho partido que se tornou.
Transcrevi longamente o texto em que Teresa Rita Lopes apresenta a Carta da Corcunda para o Serralheiro no vol. I de PESSOA POR CONHECER, sobretudo por se tratar de uma publicação rara e serem escassos ou nulos os comentários de enquadramento do texto na obra do poeta.
Enquanto leitor não especialista, interessam-me menos os aspectos de personalidade do poeta e de que forma se encontram disseminados na sua obra, que o impacto em mim provocado pela força do texto. Depois de o ler, e sobretudo depois de o ter ouvido lido por Maria do Céu Guerra, não mais olhei a deficiência com a indiferença distante que involuntariamente era a minha.
É uma daquelas obras-primas absolutas de que não saimos incólumes quando com elas nos cruzamos. Um enorme obrigado à Maria do Céu Guerra por a ter trazido até nós.
Noticia Bibliográfica
PESSOA POR CONHECER I e II, é um conjunto em 2 volumes subtitulados: volume I – Roteiro para um expedição, e volume II – Textos para um novo mapa. Foram publicados por Editorial Estampa em 1990, e neles Teresa Rita Lopes deu o ponto de partida para a divulgação organizada da obra de Pessoa, como hoje a conhecemos na sua maior parte.
Nota: Na transcrição da Carta… conservei a ortografia da edição, a qual é a do dactiloescrito do poeta.

QUANDO FERNANDO PESSOA FOI MULHER

Porque entre os muitos "eus" de Fernando Pessoa - quem diria?! - existia uma mulher!

3.jpg
Fernando Pessoa é, sem dúvidas, o maior nome da poesia portuguesa no século XX. Mas seu legado destaca-se pelo uso magistral da heteronímia na sua obra poética. Seus heterônimos não cobriram o seu nome e, dentre eles, três destacam-se: Álvaro de Campos (o futurista), Alberto Caeiro (o mestre campestre) e Ricardo Reis (o classiscista). Ainda é possível destacar Bernardo Soares, semi-heterônimo, autor de "Livro do Desassossego".
Mas já são mais de 120 heterônimos (completos ou incompletos) detectados em toda sua obra.
Mesmo com esse retrospecto, ainda é estranho crer que Fernando Pessoa, o poeta português, tenha criado um heterônimo feminino, mas, sim, ele escreveu usando um eu-lírico feminino e com um nome impossivelmente mais comum: Maria José.
E Maria José aparece na obra pessoana através de um texto de sensibilidade arrebatadora: "A carta da corcunda para o serralheiro". O texto assume o formato proposto no título e começa com um tom de despedida, de última carta - o lamento por existir, tão comum na obra do poeta.
"O senhor nunca há de ver esta carta. Nem eu a hei de ver pela segunda vez, porque estou tuberculosa, mas eu quero escrever-lhe, ainda que o senhor o não saiba, porque se não escrevo abafo."
A autora da carta constantemente se retrata do que disse, impondo sua condição "gauche", sua posição de "ninguém" (ela diz: "sou doente, e nunca tive alma"):
"Sei que o senhor tem uma amante, que é aquela rapariga loura alta e bonita; eu tenho inveja dela, mas não tenho ciúmes de ti, porque não tenho direito a ter nada, nem mesmo ciúmes."
Pessoa trata calculada e poeticamente do amor platônico e do valor desse amor. Maria José, mulher corcunda que vive debruçada sobre a janela a observar a rua, vincula sua insipiente felicidade à passagem do serralheiro pela rua.
"O senhor é tudo quanto me tem valido na minha doença e eu estou-lhe agradecida sem que o senhor o saiba. Eu nunca poderia ter ninguém que gostasse de mim, como se gosta das pessoas que têm o corpo de que se pode gostar, mas eu tenho o direito de gostar sem que gostem de mim, e também tenho o direito de chorar, que não se negue a ninguém."
Ainda na introdução, Maria tenta apresentar-se e não consegue desvincular sua imagem da imagem que os outros constroem sobre ela. "Eu sou corcunda desde a nascença e sempre riram de mim. Dizem que todas as corcundas são más, mas eu nunca quis mal a ninguém.".
A carta é constantemente hesitante. As correções a si própria dão conta da incerteza e inexperiência da corcunda no campo dos sentimentos e das palavras. Pessoa surpreende no uso da ingenuidade e na ironia com os sentimentos de Maria, esse traço fica bem explícito no seguinte trecho:
"Houve um dia que o senhor vinha para a oficina e um gato se pegou à pancada com um cão aqui defronte da janela, e todos estivemos a ver, e o senhor parou, ao pé do Manuel das Barbas, na esquina do barbeiro, e depois olhou para mim para a janela, e viu-me a rir e riu também para mim, e essa foi a única vez que o senhor esteve a sós comigo, por assim dizer, que isso nunca poderia eu esperar."
No escrito de Pessoa, até os ninguéns amam. Seria essa - nas palavras de Bernardo Soares - a traição ao próprio ser. E ainda os ninguéns são tão nulos que até a morte lhes é negada.
"Eu, às vezes, dá-me um desespero como se me pudesse atirar da janela abaixo, mas eu que figura teria a cair da janela? Até quem me visse cair ria e a janela é tão baixa que eu nem morreria..."
Maria reveste-se de sua visão coitadista e Pessoa parece ironizar constantemente o sentimento puro de Maria, a dependência causada pelo amor, o condicionamento da felicidade a um outro alguém. E o serralheiro, imagem sugerida na carta, não chega a ser um deus, mas um homem absolutamente comum - só não é comum para a corcunda da janela.
"Se o senhor soubesse isto tudo, era capaz de de vez em quando me dizer adeus na rua, e eu gostava de se lhe poder pedir isso, porque o senhor não imagina, eu talvez não vivesse mais, que pouco é o que tenho de viver, mas eu ia mais feliz lá para onde se vai, se soubesse que o senhor me dava os bons dias por acaso."
O fim da carta fala por si só... A carta com destinatário, mas que nunca chegará ao seu destino. À corcunda importa apenas que seja escrita para não "abafar". Afinal, Pessoa revê a importância das cartas de amor - num outro heterônimo tratadas como "ridículas".
"Adeus, senhor Antonio, eu não tenho senão dias de vida e escrevo esta carta só para a guardar no peito como se fosse uma carta que o senhor me escrevesse em vez de eu a escrever a ti. Eu desejo que o senhor tenha todas as felicidades que possa desejar e que nunca saiba de mim para não rir, porque eu sei que não posso esperar mais.
Eu amo o senhor com toda a minha alma e toda a minha vida.

Aqui tem e estou a chorar."

domingo, 26 de maio de 2013


O Amor segundo Pedro Paixão








Todos nós sabemos o que é ter medo. Todos nós temos ambições e sofremos desilusões. Todos vivemos de preocupações que se vão sucedendo. Todos sabemos que a vida não se repete e que para todos, todos os que estamos ali naquele preciso momento, por exemplo, mais tarde ou mais cedo - aquilo que nós chamamos Vida, sem saber bem o que dizemos - vai acabar.
Os homens são uns parvos. Não se conseguem entregar por completo ao amor. Têm sempre o trabalho ou outra desculpa do género. Preocupam-se com o que não estão a fazer. Para eles o amor pode ser um inimigo. Um inimigo há muito derrotado, mas do qual ainda têm medo.
As mulheres são diferentes. Para elas o amor nunca é demais, não atrapalha. É que não conseguem viver com uma alma só para elas. Por isso, entre um homem e uma mulher, há muitas vezes só uma coisa parecida com o amor. Entre duas mulheres, pode acontecer o amor inteiro. Basta ver duas mulheres olharem-se nos olhos.

Tiro fotografias várias à minha amada deitada sobre a relva, mas não gosto de ser fotografado.
Entre um homem e uma mulher poucos são os sentimentos recíprocos.
O sexo é um antídoto para esquecer isso, que às vezes resulta. Eu digo-lhe com o ar mais sensato que tenho:
"A vida são muitas coisas. O amor é só uma entre muitas".

E ela responde de seguida:
“A vida pode mudar muito mais do que se espera. O amor é o que está acima de tudo. Tudo altera. Nos teus braços morreria". 

... e eu fico envergonhado.

Meu amor, à pressa de chegar a alvorada, ser a água a correr. Os animais espremessem e dormem, mas eu não mais terei sono e vou despir-te tão lentamente como se tece o tecido de uma estação. Os dedos a arder, na doçura negra dos teus cabelos, e à volta tudo se ergue e respira.

Porque tudo na vida pode ser um filme, tudo na vida pode ser Como no Cinema

quarta-feira, 22 de maio de 2013



Alcobaça

Quem passa por Alcobaça
Não passa sem lá voltar.
Por mais que tente e que faça,
É lembrança que não passa
Porque não pode passar.

Não se esquece facilmente,
Dos seus mercados a graça.
E o seu Mosteiro imponente
Recorda constantemente,
É lembrança que não passa.

Por mais que tente e que faça
Ninguém se pode esquecer,
Das margens do Rio Baça,
Nem do Alcoa que passa
Por ser mais lindo de ver.

Sua lembrança não passa,
Porque não pode passar
Por mais que tente e que faça,
Quem passa por Alcobaça
Tem que por força voltar

terça-feira, 21 de maio de 2013

Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro.

domingo, 19 de maio de 2013


CALDO VERDE
Ingredientes para 6 pessoas:
500g de batata 
400g de couve galega cortada em caldo verde 
1 cebola 
2 dentes de alho 
2dl de azeite 
Sal q.b. 
1 chouriço 
2l de água 

Preparação:
1. Numa panela com os 2l de água, coloque as batatas, a cebola, os dentes de alho e metade do azeite.
Tempere com sal.
Deixe cozer durante 30 minutos para ficar tudo bem cozido.

2. Depois de tudo cozido passe com a varinha mágica.
Junte a couve cortada.
Deixe a couve cozer 15 minutos.

3. Entretanto corte o chouriço em rodelas.
Por fim, junte o restante azeite e o chouriço.
Deixe levantar fervura.

E está pronto a servir! :)














CALDO VERDE
Ingredientes para 6 pessoas:
500g de batata
400g de couve galega cortada em caldo verde
1 cebola 
2 dentes de alho
2dl de azeite
Sal q.b.
1 chouriço
2l de água

Preparação:
1. Numa panela com os 2l de água, coloque as batatas, a cebola, os dentes de alho e metade do azeite.
Tempere com sal.
Deixe cozer durante 30 minutos para ficar tudo bem cozido.

2. Depois de tudo cozido passe com a varinha mágica.
Junte a couve cortada.
Deixe a couve cozer 15 minutos.

3. Entretanto corte o chouriço em rodelas.
Por fim, junte o restante azeite e o chouriço.
Deixe levantar fervura.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

quinta-feira, 9 de maio de 2013


Aromaterapia - Limpeza de casa

É comum se sentir cansado, deprimido ou desanimado em um ambiente cheio de entulho, pois existem fios invisíveis nos ligando àquilo que possuímos... No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga... Na entrada, restringem o fluxo da vida.
Empilhadas no chão, nos "puxam para baixo".
Acima, são as "dores de cabeça"... Sob a cama, "poluem o sono".

Então, mãos à obra.
Em um pouco de álcool, acrescente:
10 gotas de óleo essencial de lavanda
6 gotas de óleo essencial de eucalipto glóbulos
4 gotas de óleo essencial de tangerina
Misture esta composição num balde de água e use esta mistura para fazer a limpeza da casa.
Troque esta água sempre que for necessário.


O óleo essencial de lavanda lava, limpa... O de eucalipto desinfeta, higieniza e o óleo de tangerina traz alegria e satisfação...
Oito horas para trabalhar, oito para descansar, oito para se cuidar!

Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente.
As frutas nascem azedas e, no pé, vão ficando docinhas com o tempo.
"A gente deveria ser assim"... Destralhar ajuda a adocicar.

Fonte : Crystal Espaço
Aromaterapia - Limpeza de casa

É comum se sentir cansado, deprimido ou desanimado em um ambiente cheio de entulho, pois existem fios invisíveis nos ligando àquilo que possuímos... No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga... Na entrada, restringem o fluxo da vida.
Empilhadas no chão, nos "puxam para baixo".
Acima, são as "dores de cabeça"... Sob a cama, "poluem o sono".

Então, mãos à obra.
Em um pouco de álcool, acrescente:
10 gotas de óleo essencial de lavanda
6 gotas de óleo essencial de eucalipto glóbulus
4 gotas de óleo essencial de tangerina
Misture esta composição num balde de água e use esta mistura para fazer a limpeza da casa.
Troque esta água sempre que for necessário.


O óleo essencial de lavanda lava, limpa... O de eucalipto desinfeta, higieniza e o óleo de tangerina traz alegria e satisfação...
Oito horas para trabalhar, oito para descansar, oito para se cuidar!

Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente.
As frutas nascem azedas e, no pé, vão ficando docinhas com o tempo.
"A gente deveria ser assim"... Destralhar ajuda a adocicar.

Fonte : Crystal Espaço / Florienópolis

domingo, 5 de maio de 2013

ANA COELHO

SOU MÃE...

Na pele senti o vosso remexer
as batidas tímidas do vosso ser
no pulsar dos sentidos
desabrochar do mais sublime amor.

Um amor na outra fase
aquele que desconhecia
um dia senti a mão terna e segura
mas agora
a minha mão
toca esta sensação
a palpitar em mim.

Em vos aprendi
a arte de ser mãe
conheci a paixão de vos ver sorrir
das vossas dores sentir
com ardor no peito,
o êxtase de toda a sensibilidade
da oferta de ser mulher.

Sou a mãe de mão estendida
com o calor no colo
o ninho que sempre vos espera
em todos os momentos
mesmo os ausentes.

Ensinei-vos a arte de voar
hoje feliz contemplo
a vossa habilidade no planar,
em orgulho digo
sou a mãe dos mais sublimes filhos
que a vida pode dar...

sábado, 4 de maio de 2013

Tem gente que é riso quando chega,
verso que não cala na alma,
saudade boa de sentir ao cair da tarde...
gente que desenha nossos
sonhos mais ousados...
Tem gente que é presente, e mal sabe...
O quanto faz bem.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

"No tienes que prometerme la luna... Me bastará con que estemos juntos un rato debajo de ella."

quarta-feira, 1 de maio de 2013


Receitas de Portugal compartilhou uma foto
Enviado pela Nanda Vale

Pao rapido de queijo e fiambre
 para a massa:
 
3 ovos
 
4dl de leite
 
meia chávena de azeite, mal medida
 
2 chavenas de farinha
 
1 colher ( sopa) de fermento em pó (para bolos)
 
sal q.b
 


para o recheio:
 
queijo a gosto( usei cerca de 200 gr)
 
fiambre a gosto( usei cerca de 200gr)
 
maionese q.b(usei 1 colher de sopa)
 
ketchup q.b (usei 1 colher de sopa) 



Juntam-se todos os ingredientes da massa e batem-se no liquidificador, quem não tem liquidificador, pode usar a varinha magica.
 
Mistura-se a maionese e o ketchup, numa tacinha `a parte e reserva-se.
 
Entretanto liga-se o forno e unta-se e enfarinha-se uma forma .
 Processo da montagem : 
deita-se no tabuleiro uma camada de massa em seguida dispoe-se o fiambre, o queijo e barra-se com um pouco da mistura de maionese/ketchup,em seguida outra camada de massa e o processo repete-se ate terminar a massa, sendo a ultima camada de massa.
 Vai a assar em forno medio por 45 minutos
 
Fonte, o meu blog:
 http://amoresabores.blogs.sapo.pt/













Pao rapido de queijo e fiambre
para a massa:
3 ovos

4dl de leite

meia chávena de azeite, mal medida

2 chavenas de farinha

1 colher ( sopa) de fermento em pó (para bolos)

sal q.b



para o recheio:

queijo a gosto( usei cerca de 200 gr)

fiambre a gosto( usei cerca de 200gr)

maionese q.b(usei 1 colher de sopa)

ketchup q.b (usei 1 colher de sopa)



Juntam-se todos os ingredientes da massa e batem-se no liquidificador, quem não tem liquidificador, pode usar a varinha magica.

Mistura-se a maionese e o ketchup, numa tacinha `a parte e reserva-se.

Entretanto liga-se o forno e unta-se e enfarinha-se uma forma .
Processo da montagem :
deita-se no tabuleiro uma camada de massa em seguida dispoe-se o fiambre, o queijo e barra-se com um pouco da mistura de maionese/ketchup,em seguida outra camada de massa e o processo repete-se ate terminar a massa, sendo a ultima camada de massa.
Vai a assar em forno medio por 45 minutos

Fonte, o meu blog:
http://amoresabores.blogs.sapo.pt/
VOCÊ SABIA QUE O MEL É O ÚNICO ALIMENTO QUE NÃO ESTRAGA E QUE A MISTURA DE MEL E CANELA CURA A MAIORIA DAS DOENÇAS?

O mel é produzido em quase todos os países 
do mundo. Apesar de ser doce, a ciência demonstrou que, tomado em doses normais como medicamento, o mel não faz mal aos diabéticos. Mas ele vai além de suas fantásticas propriedades, apresentando inúmeros benefícios:

DOENÇAS DO CORAÇÃO

Faça uma pasta de mel com canela. Coloque no pão e coma-o regularmente no café da manhã, no lugar da manteiga e geléia.
Ela reduzirá o colesterol das artérias e prevenirá problemas no coração.
Também previne novos infartos nas pessoas que já tiveram um antes.
O uso regular deste processo diminui a falta de ar e fortalece as batidas do coração.
Nos Estados Unidos e Canadá, se utiliza esta pasta continuamente nos asilos. Descobriu-se que o mel com canela revitaliza e limpa as artérias e veias dos pacientes idosos.

ARTRITE E INFECÇÕES DE RINS

Misturar uma xícara de água morna com 02 colheradas de mel e 01 colherinha de canela em pó. Beber uma xícara de manhã e uma de noite.
Se tomar com frequência pode até curar a artrite crônica, além de eliminar os germes que produzem infecção nos rins.
Numa pesquisa feita na Universidade de Kopenhagen, os médicos deram aos seus pacientes diariamente, antes do café da manhã, 01 colherada de mel e meia colherada de canela em pó.
Em uma semana, de 200 pacientes que seguiram o tratamento, 75 deixaram de ter dor inteiramente.
Um mês depois, todos os pacientes estavam livres da dor, mesmo aqueles que quase já não conseguiam caminhar.

COLESTEROL

2 colheradas de mel com 03 colherinhas de canela misturados em meio litro de água..
Tomar 03 vezes ao dia.
Isto reduz o colesterol em 10%, em duas horas.
Tomado diariamente, elimina o colesterol ruim.

RESFRIADOS

Para curar completamente sinusite, tosse crônica e resfriado comum ou severo, misturar 01 colherada de mel com 01 colherinha de canela em pó e tomar com frequência.

DOR DE GARGANTA
1 colherada de mel, misturada com meia colher de vinagre de sidra.
Tomar de 4 em 4 horas.

PERDA DE PESO

Diariamente, meia hora antes de deitar e meia hora antes de tomar o café da manhã, beba mel com canela numa xícara de água.
Se beber todos os dias, reduz o peso até de pessoas muito obesas.

Também evita os estragos da idade quando se toma regularmente.
Misture 01 colherada de canela e 03 xícaras de água.
Ferva para fazer um chá. Quando amornar, coloque 04 colheradas de mel.
Beber um quarto (1/4) de xícara, 03 ou 04 vezes ao dia.
Mantém a pele fresca e suave, e, diminui os sintomas da idade avançada.
Beber este chá alonga a vida e até uma pessoa de 100 anos pode melhorar muito e se sentir como alguém muito mais jovem.

PERDA DE CABELO

Os que sofrem de calvície ou estão perdendo o cabelo, podem aplicar uma pasta de azeite de oliva (aqueça o óleo até uma temperatura suportável à pele), 01 colherada de mel e 01 colherinha de canela em pó, no couro cabeludo.
Deixar por 15 minutos antes de lavar.
Foi comprovado que é eficiente mesmo quem deixar a pasta na cabeça somente 05 minutos.

DOR DE DENTES

Fazer uma pasta com 01 colherinha de canela e 05 colherinhas de mel e aplicar no dente que está doendo. Repita pelo menos 03 vezes ao dia.

PICADAS DE INSETOS

Misture 01 colherinha de mel, 02 colherinhas de água morna e 01 colherinha de canela em pó. Faça uma pasta com os ingredientes e esfregue-a suavemente sobre a picada.
A dor e a coceira irão desaparecer em um ou dois minutos.

DIVERSOS

A mistura de mel com canela alivia os gases no estômago, fortalece o sistema imunológico e alivia a indigestão.

Indicação: COLHER DE CHÁ.

Obs.: O mel não deve ser fervido.